9 de set. de 2009

Filhos de Ninguém

“Ontem seguraram a minha mão, hoje não sei de onde eu vim” – Esse é um verso de um poema que fiz há algum tempo sobre crianças abandonadas, pelas quais estarei falando aqui.

Até onde sobreviverão estes pobres filhos da nossa pátria mãe gentil? Se vistos pelo estado, serão sobreviventes de uma justiça que roga pelos pecadores, pelos filhos da riqueza nacional, ou apenas montes debaixo de trapos tentando se esconder do frio da noite, ou da brisa de solidão que os assombra por toda a vida.

Que direito temos de julgar os pivetes e os consumidores de drogas infanto-juvenis? Sabe-se que muitos destes tem o seu vinculo com a família cortado desde sempre, o que faz de seus mundos trágicos um pouco mais do que violência, sendo esta a única coisa que conhecem. Meninos ladrões e meninas prostitutas, este e o caminho a seguir os que preferem as drogas, os vícios que o fazem esquecer por alguns instantes a triste realidade em que vivem, que lamentavelmente será para sempre, quase sempre. Os que preferem a honestidade entram pelos ônibus e trens vendendo suas bananadas e outros doces baratos, a fim de conseguirem um trocado para comer algo temperado e quente.

Como poderemos ajudar estes pobres pecadores sem crença? Pobres piedosos de bom coração as pessoas que trocam minutos de atenção dos seus MP3 para escutar o que as pobres crianças têm a dizem em seu discurso cheio de mentiras para poderem sobreviver, querendo vender suas palavras e bananadas. Enquanto jovens cheios de esperança trocam suas imagens pintadas pelos trotes de faculdade por dinheiro, que será revertido em nada, choram as crianças que sofrem pelo abandono, pela fome e pelo desprezo.

Pobres dos homens que ajudam os abandonados. Sozinhos quantos “Da Silva” lutam para não ver um semblante triste de uma criança abandonada? Que esperanças terão estas crianças que sequer conseguem assistir na televisão o show que diz ser em beneficio delas? Somente Deus pode olhar por estes meninos e meninas que sofrem desde que a luz os apareceu ante a face pela primeira vez. Seriam felizes se tivessem uma chance? Do que será que elas precisam para que isso aconteça? Talvez quase nenhuma deve ter escutado essa pergunta de alguém, mas sabem a resposta sem mesmo acreditar que possam ser felizes em algum dia.

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